Eu queria fazer essa réplica em forma de comentário no blog do Silvio (Desabafos & considerações), mas minhas idéias foram surgindo do tamanho de um texto. E apesar de ter ficado desestruturado (to sem tempo de organizar idéias) o texto segue aqui:


Bom, vamos aos pontos pertinentes! Como de praxe eu sou o motivo do nascimento desse texto,certo ? (ou pelo menos 10% do motivo da criação deste)Se isso é verdade, não sei em quem você se inspirou por completo, porque essa 'descrição' não condiz comigo. Pelo menos eu não me lembro de ter dito ser 'auto-suficiente', porque não sou & ninguém é. Auto-suficiência e solidão são coisas contraditórias. pessoas auto-suficientes não devem ( ou deveriam) ser solitárias. O que eu afirmo categoricamente, é que não acredito que exista ‘aquela alma-gêmea’ que aparece nos filmes e não na vida. (pelos motivos já debatidos antes ^^) O que eu to querendo dizer é que afirmar não acreditar em alma-gêmea & ser auto-suficiente, são coisas distintas. Como afirmei naquele texto, talvez nós encontramos nossa alma-gêmea na nossa satisfação pessoal & isso não exclui por completo a possibilidade de viver um amor. Encontrar algo que te dê prazer, pode ser aquilo que você procura numa pessoa e obviamente não vai achar. A gente não precisa encontrar a alma perfeita pra viver um amor.
A discussão sobre almas-gêmea & sobre ser solitária, me parece em alguns pontos, assuntos que podem tender a dois caminhos diferentes. Pelo menos no meu ponto de vista.
Quando você namora alguém na adolescência, na maioria das vezes aquela não é a sua ‘alma-gêmea’ mas isso não te impede de viver um amor ou uma paixão ou um limerence. & as duas primeiras opções não fazem parte do currículo de uma pessoa solitária. Então você pode passar o resto da vida procurando alguém pra completar da forma que você acha certa e no meio dessa procura você pode não ser solitária.
Ser solitária pode ser sim por opção! Mas pode ser minha opção ou opção dos outros.
E quando digo solidão, estou dizendo a falta afetiva que faz um abraço ou um beijo na hora certa. Não estou falando da solidão das pessoas que não tem amigos. Porque essa merece outra discussão :D
Há também um limite entre querer ficar sozinho & ser sozinho!( que seu eu não me engano, é o que você afirma com outras palavras.) Há dias em que falar não resolve, chorar não resolve, gritar não resolve. Dentre tudo, o que parece cabível é o silêncio. & quando esses dias são constantes, a gente tende a acreditar que isso é solidão. Tipo quando a limerence dura anos e a gente pensa que é amor.
Pois então Silvio, concordo com você quando diz que não se deixar envolver por amigos torna as pessoas sozinhas por querem, e afirmo que esse não é o melhor esboço de mim mesma.
Estou tornando público que na minha essência, tem certas coisas que precisam ser guardadas, precisam ser oprimidas e transformadas em textos, poemas, fotografias, etc. E isso não significa não desabafar quando preciso. Pois então concordo com você quando diz que me dizer sozinha pode ser um equívoco, mas ainda não inventaram a palavra que descreve o que sinto. Até lá vou chamar de tédio eterno, porque esse é qualidade de quem apenas estar sozinho e não necessariamente é sozinho.

Eu queria ter uma habilidade, umazinha se quer. Depois de tempos tentando escrever nesse blog, cheguei à mera conclusão de que não sei escrever :/ O que me deixou muito triste. Por um período de tempo (ou melhor, na minha vida inteira) eu tinha a plena certeza de que seria jornalista. Pelos caminhos da infância, lá estava ela, a pergunta que nunca cala: - O que você vai ser quando crescer? - & eu, fugazmente respondia: Jornalista! Com todas as letras, do meu melhor jeito. Esse era o meu orgulho. Mas pera lá, pra ser jornalista não é preciso saber escrever, não é preciso não ter medo & se colocar na posição de jornalista e não mais de pessoa. Há um limite entre ser jornalista e ser uma mera pessoa. O jornalista enquanto exerce sua profissão, esquece seus medos do lado de fora. O medo de ver alguém morrendo, o medo de ver um crime, o medo de presenciar as mais variadas cenas de injustiça. E como se não bastasse, alem de presenciar é preciso recorrer aos fatos. Tirar a satisfação que a sociedade queria tirar, fazer as perguntas mais comprometedoras sem o medo de ser escorraçado. Pois bem, falta isso e muito mais em mim. Às vezes pra eu escrever um simples texto demoro tempos e tempos, e mesmo assim não sai como eu esperava. Ah, quanta inveja de quem senta e se deixar levar pelas palavras que tomam conta do corpo, da mente & saem em forma de texto. Isso se chama vocação. Depois de anos e anos respondendo com toda voracidade que minha profissão se chamava Jornalismo, eis que a vida vem me dizer, assim, meio que de mancinho, tentando me dar os pêsames, que não sirvo pra isso. & parece que veio me dizer também que não sirvo pra nada. Não achei nada que eu me destaque. Achei que eu fizesse bem as coisas que eu gosto de fazer, mas parece que não. Eu amo fotografia e as vezes eu até acho que sei tirar fotos, mas descobri que não. Preciso de muuuito tempo pra olhar uma paisagem e lembrar-se de algum ângulo que fique legal, algum ângulo que certamente eu já tenha visto em algum banco de imagem por ai, porque na minha mente não há fertilidade. Eu queria ser boa em alguma coisa, só uma coisa! Eu poderia talvez saber tocar violão, levantar uma parede, caçar Tatuí na praia ..

& eu queria escrever muitas outras coisas que estão pressas na minha mente, mas eu não sei traduzir pro papel. & como eu não sei escrever, eu termino meu texto aqui mesmo.